Psicoterapia
A psicoterapia (tanto seja individual, como de grupo, ou de casal) promove a mudança ao permitir-se ser um espaço onde o pensar e refletir, sobre si próprio, e sobre si na relação com os outros, cria as condições necessárias para que surjam novas formas de relação (mais gratificantes e saudáveis) do indivíduo consigo mesmo e com os outros.
É o espaço onde o significado afetivo subjacente às relações pode ser exposto, pensado e atualizado.
Segundo Maria Rita Mendes Leal, o paciente é o único condutor na configuração desses significados subjacentes, tendo o psicoterapeuta que assumir o papel de testemunhar e de dar voz ao que for descobrindo por ele mesmo na relação com o paciente.
Em suma, a pessoa, ao pensar e refletir acerca de si, com orientação do psicólogo, e em Relação com este, consegue desencadear em si própria um processo de mudança e autoconhecimento, essencial para encontrar a causa do seu mal-estar e, através de intervenção psicológica, diminuir os seus sintomas.
Esta abordagem da Psicologia é mais orientada para adolescentes e adultos, uma vez que estes por vezes já têm maior capacidade para se envolver no autoexame, tornando possível todo o desenvolvimento da terapia.
Algumas das áreas de intervenção com Adolescentes e Adultos:
– Dificuldades relacionais
– Ansiedade
– Depressão
– Perturbações de personalidade
– Desenvolvimento pessoal
– Insatisfação com a vida
– Dificuldades em confrontar as situações
Habilitação Neuropsicológica
Esta técnica psicoterapêutica surge do Modelo Psicoterapêutico Histórico-Cultural, que consiste na premissa de que o individuo só se constrói dentro de uma relação mutuamente contingente, onde aprende a utilizar os instrumentos da cultura e a agir sobre eles de forma a poder adaptar-se ao meio social em que se encontra.
Deste pressuposto, considera-se que uma intervenção psicoterapêutica, baseada em exercícios de Habilitação, deverá estimular áreas específicas do cérebro responsáveis pelo trabalho eficiente e adaptado das funções nervosas superiores (pensamento, linguagem, etc.) e da personalidade do paciente face às exigências da vida. Este modelo reúne as ideias de vários teóricos, tais como: L. Vygotsky, A. R. Luria, A. Leontiev e Maria Rita M. Leal.
Uma vez que grande parte das perturbações psicológicas são coincidentes com áreas do cérebro pouco estruturadas (nomeadamente o pré-frontal), ao estruturar essas áreas, está a habilitar-se o individuo a melhor adaptar-se às situações da sua vida onde este apresenta dificuldades.
Desta forma, a Habilitação Neuropsicológica tem resultados eficazes ao nível da promoção do bem-estar psicológico, da redução de sintomatologia e do desenvolvimento de recursos protetores e adaptativos.
A Habilitação Neuropsicológica tem também um importante contributo para corrigir dificuldades escolares. Através de exercícios de Habilitação, será possível desenvolver habilidades neurocognitivas necessárias à aprendizagem da leitura, matemática, compreensão e produção de textos.
Esta abordagem pode ser aplicada em qualquer faixa etária.
Algumas áreas de intervenção com crianças:
– Problemas de comportamento
– Comportamento opositor
– Hiperatividade com Défice de Atenção
– Dificuldades escolares
– Dificuldades relacionais
– Problemas de desenvolvimento
– Dislexia
Algumas das áreas de intervenção com Adolescentes e Adultos:
– Dificuldades relacionais
– Ansiedade
– Depressão
– Perturbações de personalidade
– Desenvolvimento pessoal
– Insatisfação com a vida
– Dificuldades em confrontar as situações
Ludoterapia – Terapia pela Atividade Lúdica
É uma técnica de intervenção que utiliza o diálogo dinâmico contingente com crianças pois estas ainda não utilizam a fala como mediador privilegiado para transmitir as suas vivências internas.
Tem como base o conhecimento científico de que o ser humano, desde muito cedo, procura a relação com o outro, e é dentro dessa relação que se operam todas as transformações que lhe permitem construir o aparelho psíquico.
Quando o bebé nasce, vem munido de um padrão fixo de ação (J. Watson, 1967), que mais não é que um padrão biológico e inato através do qual o bebé vai estabelecendo as primeiras relações com os outros humanos, expressas por atos entre ele o outro, numa relação dialógica, onde se criam significações emocionais do encontro psicológico.
No ambiente terapêutico, o Psicólogo está atento aos atos comunicativos da criança, e é contingente a esses mesmo atos que são da sua iniciativa, ou seja, o Psicólogo irá dar uma resposta concordante com a iniciativa demonstrada pela criança, conversando com a criança dentro do seu mundo-próprio (Eigenwelt).
Mesmo o simples movimento da criança de deixar cair um brinquedo, que é apanhado pelo adulto, devolvido à criança, que o deixa cair novamente no chão, é um diálogo, na sua forma mais primária, e é capaz de estruturar o aparelho psíquico da criança.
Neste diálogo, a criança apercebe-se do seu sentir (o adulto confirma o seu Eu) através do encontro com o outro.
É este formato de trocas que existe entre o Psicólogo e a criança que irá servir de base a todas as interações futuras do sujeito.
Esta abordagem é utilizada normalmente com crianças em idade pré-escolar, que apresentem dificuldades no seu desenvolvimento e no estabelecimento de relações com os outros.